Boa tarde a todos!
Relato aqui um pouco mais do nosso dia a dia descrevendo como
agíamos nos períodos das férias.
A nós coube nas férias ao longo destes anos após o acidente
do meu marido:
Não tendo com sair de casa com ele devido as suas sequelas
que incluem desde dificuldades de locomoção a atitudes antissociais, não saio/viajo
para passear há vinte anos.
Sendo
professora, as férias, feriados e os recessos eram todos curtidos em casa. Digo
isto porque nenhum dos familiares, tanto avós quanto tios de ambas as famílias,
nunca se ofereceram para levar meus filhos. Com essa situação, novamente tive
que me adaptar.
E fiz
da seguinte maneira: para não ficar cansativo, monótono e desgastante para nós,
usei alguns truques para parecer que estávamos em outro ambiente que não fosse
a nossa casa. Faxinava a casa, limpava as mochilas dos meninos e as guardava no
armário que antes era ocupado pelos brinquedos deles.
Lembro que
tínhamos dois tapetes em casa, um verde na sala e outro verde que ficava na copa. Deixava
as crianças montarem um campo de futebol em um dos tapetes e no outro eles
faziam de conta que era uma mata e colocavam os brinquedos de animais e os
bonecos de coleção. Esse “cenário” permanecia durante todo o período de férias para
que eles pudessem brincar a qualquer hora. Brincavam mais sozinhos, pois alguns
amigos não vinham pelo receio dos pais quanto ao quadro do marido.
Outra
estratégia eram as refeições. Eu usava horários indeterminados, pois as
crianças podiam dormir até mais tarde, daí o café da manhã, o almoço, o lanche,
o jantar não tinham que ser como eram no período regular do meu trabalho e escolar
dos filhos.
Por sorte a nossa imaginação fértil, graças a Deus, nos
ajudou a buscarmos nesta etapa da vida maneiras para nos distrairmos sem sair
de casa.
Em nossas férias em casa, eu e meus filhos, fazíamos parecer
que estávamos como quem viaja nestes períodos. Lembro que sempre dizíamos uns
aos outros: “férias são férias, então vamos aproveitá-las ao máximo.”
Até
hoje continuamos adotando essa estratégia, obviamente com adaptações, uma vez
que os filhos já cresceram, mas sempre com o intuito de que fiquemos livres,
leves e soltos. mesmo dentro de casa.
Já com
o marido era e é necessário manter a rotina, pois existe a medicação, a alimentação,
a higiene pessoal e aqueles cuidados que um acamado necessita.
Após
vinte anos dessa rotina, os filhos cresceram e agora podem sair sozinhos, com
namoradas e amigos em algumas ocasiões e eu continuo em casa, mesmo com a
insistência deles para que eu saia. Algumas vezes fico sozinha, porém feliz em
saber que os filhos se inseriram na sociedade com bons valores e princípios e assim
vamos levando a vida.
Até mais!
A linha está solta nestas férias também.
Ass.: Dona Rita!
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